A realidade apresenta uma multidão de seres, que o homem busca apreender e nomear com base em suas características. Como estas são praticamente inumeráveis, as quais ele trata de agrupá-las em categorias, de acordo com as analogias e diferenças que guardam entre si.
Categoria é a classe de atributos que dizem respeito a um sujeito determinado. As categorias são, portanto gêneros, pelos quais se distribuem todos os seres ou realidades do mundo criado. Observadas de outro ângulo, as categorias são os diferentes pontos de vista a partir dos quais os seres se oferecem à investigação, e assim determinam os caminhos por meio dos quais é possível conhecê-los. As categorias significam, portanto, as diferentes maneiras de expressão do ser, ou as diferentes maneiras de ser. O termo foi usado por Aristóteles para denotar um tipo de predicado: o que se afirma sobre um sujeito pode ser reunido em classes, que ele chamou de categorias. Julgando o conhecimento uma reprodução dos objetos, Aristóteles crê que os conceitos fundamentais do conhecimento - as categorias - representam as qualidades objetivas do ser, em sua forma e natureza próprias.
Para Aristóteles, portanto, a categoria é o predicado de uma afirmação, aquilo que alguém pode afirmar de um sujeito. Divide ele as categorias em: (1) substância (homem); (2) quantidade (dois homens); (3) qualidade (magro); (4) relação (maior duplo); (5) lugar (na rua); (6) tempo (ontem); (7) situação ou postura (fechado); (8) condição (armado); (9) ação (fala); (10) passividade (cortado). As categorias colocam-se entre o conhecimento empírico, sensível, e o racional, sendo conhecidas por meio de uma espécie de "percepção" intelectual, intermediária entre os dois. Em suma, a classificação das categorias aristotélicas revela-se mediante uma análise da linguagem e uma análise da percepção. A Idade Média tratou como definitivas as dez categorias de Aristóteles. Em comentário às Categoriae, Porfírio, discípulo de Plotino, lançou as bases da controvérsia medieval sobre os universais, ou termos abstratos gerais, colocando o que toda teoria das categorias deve resolver.
No século XVIII, Kant retomou o termo categoria para designar os diferentes tipos de juízo ou maneira como as proposições lógicas funcionam. *Hegel considera as categorias como "determinações do pensamento", e também da realidade. Para ele, a única e verdadeira categoria é o Eu, como essencialidade pura do ente.
Mas a filosofia contemporânea considera mais fecunda conceber o espírito como algo mais dinâmico do que uma estrutura, e por isso mesmo independente das estruturas lingüísticas particulares. O pensamento adota em qualquer parte os mesmos caminhos, seja qual for à língua em que descreva sua experiência.