sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

 Aristóteles




Nasceu em Estagira (donde ser dito "o Estagirita"), Macedônia, em 384 a.C. Em Atenas desde 367, foi durante vinte anos discípulo de Platão. Com a morte do mestre, instalou-se em Asso, na Eólida, e depois em Lesbos, até ser chamado em 343 à corte de Filipe da Macedônia para encarregar-se da educação de seu filho, que passaria à história como Alexandre o Grande. Em 333 voltou a Atenas, onde fundou o Liceu. Durante 13 anos dedicou-se ao ensino e à elaboração da maior parte de suas obras. *As principais obras de Aristóteles, agrupadas por matérias, são: (1) Lógica: Categorias, “Da interpretação”, Primeira e segunda analítica, Tópicos, Refutações dos sofistas; (2) Filosofia da natureza: Física; (3) Psicologia e antropologia: Sobre a alma, além de um conjunto de pequenos tratados físicos; (4) Zoologia: Sobre a história dos animais; (5) Metafísica: Metafísica; (6) Ética: Ética a Nicômaco, Grande ética, Ética a Eudemo; (7) Política: Política, Econômica; (8) Retórica e poética: Retórica, Poética. *Como nenhum filósofo antes dele, Aristóteles compreendeu a necessidade de integrar o pensamento anterior a sua própria pesquisa. Por isso começa procurando resolver o problema do conhecimento do SER a partir das antinomias acumuladas por seus predecessores: unidade e multiplicidade, percepção intelectual e percepção sensível, identidade e mudança, problemas fundamentais, ao mesmo tempo, do ser e do conhecimento. *O mundo animal é analisado com amplitude e considerado por Aristóteles como um espaço intermediário entre a física e a psicologia. Os seres orgânicos apresentam aspectos diversos, mas todos são constituídos de matéria (o corpo) e de forma (o princípio do movimento). Os animais são mais perfeitos do que as plantas e de constituição mais complexa. *A partir daí, o filósofo apóia sua física em duas teorias filosóficas: a da substância e do acidente, e a das quatro causas. *A substância é o que existe por si, o elemento estável das coisas, e o acidente, o que só noutro pode existir, como determinação secundária e cambiante. Graças à união entre os dois princípios, a substância se manifesta através dos acidentes: "o agir segue o ser". Por outro lado, dependem os seres de quatro causas: material, formal, eficiente e final, estando ligada, à primeira, a potencialidade de cada ser; à segunda, a especificidade; à terceira, a existência; e à quarta, a intenção. *Ética e política. No diálogo perdido “Da justiça” já se anunciavam alguns dos temas expostos nos oito fragmentos reunidos por Andronico sob o título de Política. Escritos ao longo de toda a vida de Aristóteles, são tudo o que resta da sua obra sobre o assunto. *Aristóteles foi o primeiro filósofo a distinguir a ética da política, centrada a primeira na ação voluntária e moral do indivíduo enquanto tal, e a segunda, nas vinculações deste com a comunidade. Dotado de logos, "palavra", isto é, de comunicação, o homem é um animal político, inclinado a fazer parte de uma polis, a "cidade" enquanto sociedade política. A cidade precede assim a família, e até o indivíduo, porque responde a um impulso natural. Dos círculos em que o homem se move a família, a tribo, a polis, só esta última constitui uma sociedade perfeita. Daí serem políticas, de certo modo, todas as relações humanas. A polis é o fim (télos) e a causa final da associação humana. Uma forma especial de amizade, a concórdia, constitui seu alicerce.



Com a morte de Alexandre (323), Aristóteles teve de fugir à perseguição dos democratas atenienses, refugiando-se em Cálcide, na Eubéia, onde morreu em 322 a.C.